Apesar de aparecerem cada dia mais historinhas para crianças, muitas delas de qualidade duvidosa, continuo a adorar as fábulas clássicas. Encontrei neste site muitas de Esopo, algumas de La Fontaine, entre muitas outras. Escolho as minhas preferidas e conto-as à M.. Noto que por vezes a moral da história não fica muito clara na sua cabecinha. Então explico-lha por palavras que mais facilmente entenda.
Mas esta questão das histórias infantis, como tudo o que é para crianças hoje em dia, parece ter dado um 'boom'. Lembro-me que pouco antes de engravidar, já andava eu a vasculhar tudo o que eram secções infantis nas livrarias, ávida para ver o que existia no mercado. Descobri pouca coisa, e dessa pouca variedade, pouquíssimos produtos tinham qualidade, segundo a minha humilde opinião, é claro! Então comecei eu própria a escrever para o meu futuro rebento. Ela nasceu e de repente parece ter-se dado o 'boom'. Ele são livros, dvds, cds... Enfim, uma infindável variedade cujo objectivo é, na grande maioria dos casos, explorar a ingenuidade e curiosidade naturais das crianças e, principalmente, a carteira dos pais. Sinceramente!... Tendo em conta que tudo contribui para a formação das nossas crianças, que basicamente são esponjinhas nestes primeiros anos, os responsáveis por estas obras têm uma grande responsabilidade entre mãos. Encontrei obras mal escritas, outras mal traduzidas, outras com passagens de moral duvidosa (não sei muito bem que valores estavam a tentar passar), e até uma ou outra que simplesmente não faziam sentido. Era do tipo terminar de ler a história e dizer para mim própria: - Então, acabou???...
É triste perceber a falta de escrúpulos destes autores e editores, ou então, nem sei se mais triste ainda, perceber a falta de capacidade dos mesmos e, apesar disso, darem-lhes a oportunidade de ganhar a vida dessa maneira. Algumas editoras não devem saber o que fazer aos fundos que têm para investir em novas publicações! Mas este assunto daria pano para mangas!
Não quero com isto dizer que antigamente é que era bom e esse tipo de conversa. Pelo menos agora temos muito por onde escolher. Guardei a minha colecção de Livros da Anita e agora são também da minha pipoca. De vez em quando, calha a vez à Anita de embalar o sono da M., com mais uma das suas fabulosamente ilustradas aventuras. E passados uns bons vinte anos desde as últimas vezes que li aquelas histórias, espanto-me com a falta de qualidade dos textos. Sempre gostei tanto das ilustrações que o meu sentido crítico deve ter relevado os textos. Refiro-me a falta de adaptação à nossa realidade, a frases despropositadas no meio dos textos, parágrafos que parecem incompletos... E lá dou por mim, a improvisar in loco, completando e adaptando as histórias para que façam pleno sentido. Estas histórias têm vindo a ser reeditadas, numa onda de revivalismo, mais para os pais do que propriamente para as crianças (Relembro outros exemplos, como a Heidi, o Marco, a Abelha Maia, Bana e Flapi, etc.), uma vez mais com o intuito de fazer dinheiro com a ingénua cumplicidade das mais pequenos, que fazem uma birra tremenda no meio do hipermercado e os pais lá têm que ceder e comprar tudo e mais alguma coisa. Não é que depois de os terem em casa, os miúdos lhes vão ligar grande importância, mas só o facto de saberem que existe e eles ainda não terem é o suficiente para os quererem. Mas continuando o assunto "Anita", eu não sei se os textos foram revistos e devidamente actualizados e contextualizados (só por curiosidade, hei-de espreitar as novas edições só para ver isso!), porque se não foram é melhor os miúdos verem só os "bonecos", que esses sim valem a pena!
12 maio 2007
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2 comentários:
Olá:) ao ver esta postagem fez-me regressar À minha infância, pois tenho vários livros da anita.é bom recordar o passado! beijinhos
http://atelierdacasaleira.blogspot.com/
bom trabalho!
Admiro muito tua dedicação.
Também gosto de ver livros para crianças e já imagino quais deles lerei para meu(s) filho(s).
Beijinhos
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