03 julho 2007

um minuto de silêncio

Tenho andado a conter-me para não fazer um post mais cedo sobre este livro, porque queria fazê-lo hoje, especialmente hoje, para uma querida amiga. Sim, é para ti Marisa!
Sabes que comprei o livro, mais por ser teu do que por qualquer outro motivo. Sim o tema é sem dúvida interessante, a ideia original, mas sem conseguir dar vazão aos livros da estante na categoria dos "para ler" não tenho comprado muitos livros para mim ultimamente. Mas os autores que escolheste estão a surpreender-me, como já era de esperar, e prendem-me o interesse. E o facto de serem pequenos textos (ou imagens) torna-os perfeitos para mim e para todos os que como eu só conseguem ter uns minutos de leitura por dia, antes de adormecer. E que tema mais perfeito para embalar o sono e ilustrar sonhos bons e relaxantes do que este? Silêncio!...Perfeito!

Outro facto que estou a adorar neste livro é a oportunidade de fazer um exercício de que tanto gosto e que consigo normalmente ao ler certos autores ou crónicas. Acontece-me, por exemplo, com Saramago. Ao ler este livro e os seus textos parece que consigo ouvir os próprios autores a dizê-los.

A propósito do tema, não consigo deixar de lembrar o poema lindíssimo de Maria Guinot "Silêncio e Tanta Gente" (que resultou numa música também ela iluminada). Ou outra, que tem a ver com a maneira como eu própria desfruto do meu minuto de silêncio, já deitada na minha cama, pensando o antes, o agora e o depois como diz tão bem Caetano Veloso em "Sozinho". Mas ainda gosto mais de ter o meu silêncio de manhã antes de levantar. - Ohhh, há quanto tempo isso não acontece!... Isto de ser mãe tem destas coisas. - Naquela altura do sono em que já não dormimos mas que também ainda não estamos acordados. Eu tive uma professora de desenho, Rosa Fazenda (escultora), que costumava dizer que era nessa fase do sono que muitas vezes conseguía resolver problemas da vida, onde a solução aparecia muito clara e simples. Esses seriam como que os momentos mais esclarecidos do nosso cérebro. Não sei se é um facto científico (podias perguntar ao António Damásio - como se ele não tivesse mais o que fazer!), mas é verdade que também o sinto assim. - Beta, se calhar também me podes elucidar sobre este assunto.

Não posso deixar de fazer referência à reflexão da Clara Pinto Correia. Chama-se "Muito Baixinho" e é um sussurro, uma canção de embalar... Um texto pequenino, dos mais bonitos que já li, e mais bem conseguidos também, por em tão poucas palavras sintetizar o que se quer para um filho. Desde o bebé que embalamos, ao desmistificar dos medos de criança, o adolescente aventureiro e por fim o jovem adulto que busca a sua própria independência. E ao longo de todo este percurso, a mãe como espectadora e "almofada" para conforto e amparo. Lindo, lindo, lindo!... É quase como que uma oração!...

Enquanto escrevia este post tive como banda sonora a Dulce Pontes e "O Amor A Portugal", que é outra música que me dá muita paz e, para mim, paz tem muito a ver com silêncio. Aproveitem para ver o vídeo do link que é lindíssimo.

E para finalizar, vejam o site Um Minuto de Silêncio para conhecerem melhor este projecto solidário, cujos lucros revertem a favor da Associação Portuguesa de Surdos.

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